Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Últimas Notícias > Ciclo de aulas públicas do Projeto Confronto de Ideias. De 2 a 4 de março
Início do conteúdo da página
Ultimas notícias

Ciclo de aulas públicas do Projeto Confronto de Ideias. De 2 a 4 de março

  • Publicado: Segunda, 01 de Março de 2021, 13h09
  • Última atualização em Terça, 09 de Março de 2021, 14h58

 AVISO DA COORDENAÇÃO DO EVENTO DELENDA MANAUS/AMAZONIA

A mesa "Dimensões necropolíticas do modo de governar no presente pandêmico" , que havia sido adiada, está confirmada para esta terça-feira, dia 09, às 19h  ( horário de Brasilia )
Profa. Marly Gonçalves da Silva

 

 
 

 Começa nesta terça-feira, dia 2 de março, às 17 horas, horário de Brasília, a #5ª rodada da Série Conversações Extra-Muros do projeto de Extensão Universitária Confronto de Ideias, coordenado pela socióloga profa. Marly Gonçalves da Silva, lotada na Faculdade de Ciências Sociais.

A #5ª rodada apresenta uma programação especial sobre a trágica situação da pandemia, trazendo como convidados/as professores, pesquisadores e ativistas que atuam nas campanhas públicas e frentes socorristas de enfrentamento da doença. A programação completa pode ser vista no Site do  Projeto Confronto de Ideias  e no canal do  Projeto  no Youtube .

Manaus - A cidade de Manaus foi, desde a eclosão da pandemia do coronavírus, a capital do País mais duramente castigada pela doença. Na primeira onda, a cidade sofreu carência de tudo. Faltaram equipes médicas, UPIs, EPIs, leitos, enfermarias, ambulâncias. Faltou pulso, autoridade e determinação do poder executivo na execução de medidas preventivas, como campanhas públicas de distribuição em massa de máscaras e outras medidas de proteção, como a decretação de lockdown, recomendada pelos especialistas em controle de pandemias. O crescimento diário de mortes pela doença trouxe a presença de carros frigoríficos de armazenamento dos corpos para a porta dos hospitais, devido ao colapso do próprio serviço funerário. Novos cemitérios foram criados e covas coletivas foram abertas. Manaus atravessou todo o ano de 2020 na agonia do fluxo e refluxo da doença e dos óbitos. Em janeiro deste ano, a doença voltou a alcançar picos elevadíssimos, agora decorrente de um agravante. Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz-Amazônia descobriram uma nova variante do vírus, que tem um poder de contaminação muito maior e mais rápida, o que levou a uma corrida aos hospitais de tal ordem que provocou o colapso do próprio serviço de fornecimento de oxigênio. Faltou ar para os doentes respirarem, levando muitos à morte por asfixia, enquanto dezenas de outros eram transferidos às pressas para hospitais de outras capitais do País. A situação extrema de Manaus e das populações ribeirinhas e indígenas do estado chamou a atenção do mundo e mobilizou solidariedades.

O jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, visando chamar nossa atenção para a situação dramática da vizinha Manaus, que se repetia com o colapso no fornecimento de oxigênio, intitulou um de seus textos “delenda Manaus”. Ao remeter à sentença de Catão certamente o jornalista, que é sociólogo de formação, quis expor o absurdo da situação vivida em Manaus, exposto a um processo que o filósofo camaronês Achille Mbembe define como “necropolítica”. Uma política de gestão da morte e não da vida. O governo transferindo a responsabilidade pelas mortes aos próprios cidadãos.

“Tomamos de empréstimo essa referência histórica à condenação à morte de uma cidade inteira, Catargo, por entendermos que tanto os discursos negacionistas da gravidade da pandemia quanto decisões estaparfúrdias e negligenciamentos do poder estatal funcionaram como uma decretação à morte da população exposta ao vírus”, diz a professora Marly Silva.

Para a professora, a necropolítica e a banalidade do mal são dois conceitos filosóficos fundamentais para pensarmos a tragédia que vivemos hoje, não só em Manaus, mas no Amazonas, no Acre e no País. “Na minha interpretação, a necropolítica pode ser definida como um regime de governo onde a economia e a política assumem a primazia sobre a vida humana. Trata-se de um governo em que esses dois mundos valem muito mais do que a vida de milhares e milhares de pessoas, valem até mais do que prover o ser humano de oxigênio para respirar e sobreviver ao ataque do vírus mortal. Já o burocrático ministro da saúde, administrando a morte em série, nos remete fatalmente à figura da “banalidade do mal” (total ausência de pensamento e empatia), na definição de Hannah Arendt, reduzindo os mortos à objetificação estatística”, conclui a professora.

Produzir e difundir o pensamento crítico em tempo real movidos por uma razão sensível, ao lado de ações diretas de criação de frentes de solidariedade socorrista aos ameaçados de morte, é uma das estratégias mais eficazes das Universidades Públicas atuarem no combate à tal situação.

Ennio Candotti. A atividade de abertura será uma entrevista especial com o professor e diretor do Museu da Amazônia (MUSA)  Ennio Candotti, conduzida pela profa. Marly Gonçalves da Silva da UFPA e convidados.  Italiano naturalizado brasileiro em 1993 e formado em física pela USP, Ennio tem uma trajetória toda pautada pela ideia de “função social da ciência”. Foi professor de graduação na UFRJ e teve importante papel, nos anos de 1970, 80 e 90, em projetos e ações de divulgação científica. Participou, em 1982, da criação da revista Ciência Hoje e do programa Ciência às Seis e Meia (uma série de conferências para o grande público em teatros). Em 1998, recebeu o Prêmio Kalinga de popularização da ciência, concedido pela UNESCO. Foi secretário regional, no Rio de Janeiro, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entidade da qual foi presidente por quatro mandatos – o último, iniciado em 2005. Depois, optou por residir e trabalhar na região amazônica, e hoje dirige o Museu da Amazônia (MUSA), em Manaus. O museu vivo, criado em 2009 dentro da Reserva Florestal Adolpho Ducke, convida seus visitantes para “ver a floresta com um novo olhar, pensá-la como a pensam os que nela vivem”, informa o site do Museu; nele, também, “são desenvolvidas pesquisas em divulgação e popularização da ciência e em educação científica e cultural”.

Campanhas de solidariedade: várias frentes de solidariedade se abriram para socorrer os moradores da periferia de Manaus e outras cidades atingidas, populações ribeirinhas, quilombolas e indígenas. Divulgamos abaixo sites de campanhas nas quais professores, técnicos, estudantes, ativistas-socorristas convidados pela UFPA estão atuando. Tais campanhas estão ativas e você pode fazer as  suas doações. Solicitamos ainda a sua ampla divulgação nas redes sociais.

Amazonas pela vida! https://amazonaspelavida.info

Associação dos Witotos do Alto Solimões-AWAS. Cel. (97) 98106.6200. PIX 035.928.852-94. AG: 3749. C/P: 0003737-0. Erik Júnior Barroso Ortega.

Serviços :

Os interessados em participar do Ciclo   devem preencher o formulário disponível  no site para obtenção de certificado.

Texto e arte: Divulgação

 AVISO DA COORDENAÇÃO DO EVENTO DELENDA MANAUS/AMAZONIA

Informo que a Mesa-Redonda , Dimensões necropolíticas do modo de governar no presente pandêmico " , foi adiada para a seguinte data :  09 de março, terça-feira,19 horas ( horário de Brasilia )

Atenção : Profa. Marly Gonçalves da Silva 
Coordenadora da #5a rodada Conversações extra-muros ./Confronto de ideias .

 

registrado em:
Fim do conteúdo da página