E-book Ecos da Revolução Russa já está disponível
Ecos da Revolução russa – anarquismo, socialismo e democracia ontem e hoje. Acesse Aqui
Organização: Marly Gonçalves da Silva e Thais Florencio de Aguiar (orgs.). Belém: EDITAEDI/UFPA, 2019.
A ideia que anima este livro segue este preceito: armar a dialética que move as relações entre o campo intelectual-acadêmico e o campo da política stricto sensu, entre o campo do pensamento crítico e reflexivo e o campo das lutas revolucionárias e emancipatórias, das utopias políticas; o campo do confronto de ideias de diferentes matizes e entre ideias, imaginários e experiências históricas vividas. Enfim, o campo dos embates que os homens travam na história; não, na história do pensamento fechado em si mesmo, mas sim do pensamento que se lança sobre/na história, que é por ela provocado e que dela é parte constituinte.
Entendemos que publicar o debate público entre acadêmicos e intelectuais sobre acontecimentos singulares, extraordinários, da história da modernidade, como é o caso da Revolução Russa ou das Revoluções Russas, é uma oportunidade única, uma vez que o centenário desse acontecimento coincide com a eclosão e também o aprofundamento de várias crises institucionais mundo afora, crises de representação política, crises sociais, econômicas, migratórias, ambientais e cenários de guerra. Esses acontecimentos incluem microrrevoluções e revigoramento de lutas tendo à frente novos movimentos sociais, novas formas de organização, como o emblemático caso do movimento feminista e dos movimentos étnicos.
Num contexto de crises profundas e enigmáticas quanto a seus desfechos, o desafio que os intelectuais públicos e críticos são chamados a enfrentar pode ser colocado nestes termos: se, como nos ensina Kuhn, as revoluções políticas foram inspiração para pensar com criatividade os movimentos revolucionários da ciência, numa via de mão-dupla poderíamos indagar: o que acadêmicos têm a dizer sobre a experiência e os significados desta revolução paradigmática no campo político, passados cem anos do seu acontecimento e no decurso da qual vasta gama de questionamentos, inquirições, investigações, interpretações e narrativas foram e não param de ser elaboradas, construídas/desconstruídas? Em que medida os embates teóricos e os investimentos de pesquisa nesse campo temático têm contribuído para enriquecer nossa visão social do mundo, a nossa vida política, numa via de mão-dupla do pensamento que transita entre ciência, política, arte e cultura? Convidamos o leitor a transitar por esse universo de questões ricas, provocadoras, instigantes, reveladoras e controversas que fazem parte da história da Revolução Russa.
Autores - Os autores dos artigos aqui publicados são pensadores inquietos, pesquisadores consagrados ou jovens estudiosas(os) das lutas revolucionárias e emancipatórias da humanidade. Eles estiveram reunidos no Seminário Nacional 100 anos da Revolução Russa: debates sobre democracia, socialismo e anarquismo, realizado em setembro de 2017 pelo projeto de Extensão Universitária Confronto de Ideias, vinculado à Faculdade de Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFPA, a partir do qual elaboraram os ensaios aqui apresentados, dando vazão aos ecos do questionamento que tem como mote a Revolução. O livro está dividido em cinco seções: Mais de um século depois, Ecos do anarquismo ontem e hoje, Democracia e questão revolucionária, Da Rússia ao Brasil (incluindo a transcrição da mesa Relatos: memórias comunistas), Revolução e Arte.
[Texto extraído da Apresentação do E-book]
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