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Plenária discute o novo PSE para migrantes, refugiados, asilados, apátridas e vítimas de tráfico humano

  • Publicado: Terça, 02 de Julho de 2019, 14h11
  • Última atualização em Quinta, 04 de Julho de 2019, 14h36

A Assessoria de Diversidade e Inclusão Social (ADIS/UFPA) convocou uma plenária para discutir vários pontos relacionados com o novo Processo Seletivo da UFPA, que será destinado a pessoas refugiadas, asiladas, apátridas e vítimas de tráfico humano. O evento, ocorrido no dia 26 de junho,  teve como tema “Pensando o acolhimento solidário na UFPA aos imigrantes, refugiados/as, asilados/as, apátridas e vítimas de tráfico de pessoas” e foi realizado no auditório da Secretaria-Geral dos Conselhos Superiores Deliberativos da Universidade Federal do Pará (SEGE/UFPA).

O debate contou com a presença do vice-reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva; da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), Iracilda Sampaio; da Coordenadora da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social (ADIS), Zélia Amador de Deus; da representante em Belém do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur/ONU), Janaína Galvão; da professora relatora da proposta do PSE-Migre aprovada pelo CONSEPE, professora Jane Beltrão. Também estiveram presentes representantes da Associação dos Estudantes Estrangeiros da UFPA (AEE), Coordenadores e Representantes de cursos de graduação e pós-graduação de diversos campi da Universidade, e discentes interessados pelo tema.

373x212 26.06.2019 Acolhimento Solidário aos Refugiados Foto Lucas Brito site 6Durante o debate, foram pautadas questões como a situação da imigração no Brasil, a forma de execução do PSE-Migre que irá criar duas vagas reservadas em cada curso para atender os  imigrantes, refugiados/as, asilados/as, apátridas e vítimas de tráfico de pessoas, e como como garantir a inclusão dessas pessoas na comunidade acadêmica. “A Universidade se beneficia muito com a presença das pessoas que vem de fora do país, assim como  dos quilombolas, alunos indígenas, etc. Então, se você não traz essas pessoas para dentro da Instituição, perdemos a oportunidade de ter grandes talentos aqui. Ter essas pessoas na Universidade não é uma conquista só delas, é uma conquista da UFPA e da comunidade acadêmica como um todo”, pontuou o vice-reitor, Gilmar Pereira da Silva, ao destacar a tese defendida pelo reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, de que o talento é dividido de forma equânime em todos os grupos sociais.

Para a professora Zélia Amador, é indispensável conhecer quem são essas pessoas que serão beneficiadas e de que forma elas serão integradas à comunidade acadêmica. “Nós precisamos ter programas de extensão, de pesquisa e pós-graduação abrangendo estudos que digam respeito a estes grupos. Não é só a gente pensar no acolhimento, mas pensar em quem são essas pessoas, quais as necessidades dessas pessoas, o que podemos fazer para acolhê-los, da melhor maneira possível, para que eles se sintam entrosados entre nós, possam exercer o seu curso e possam ter êxito acadêmico nos cursos que escolheram”, pontuou.

373X212 26.06.2019 Acolhimento Solidário aos Refugiados Foto Lucas Brito site 4Imigração no Brasil – Segundo Janaína Galvão, atualmente o Brasil conta com 170 mil solicitações de refúgio pedentes de aprovação, enquanto 11.200 já conseguiram o reconhecimento do governo brasileiro sobre a sua condição de refugiado, em sua maioria sírios, congoleses, colombianos e palestinos. Ainda segundo a representanta da ACNUR em Belém, é importante lembrar que muitos desses refugiados já têm um alto grau de escolaridade e, neste sentido, dar esta oportunidade para que eles possam dar continuidade aos seus estudos é de grande valor.

“Temos hoje, no Brasil, 11 Instituições de Ensino que têm processo seletivo especial para a população refugiada e imigrante, mas, com essa abrangência proposta, a gente entende que a UFPA seja a primeira”, disse Janaína Galvão sobre o fato da PSE-Migre incluir pessoas asiladas, apátridas e vítimas de tráfico humano, além de imigrantes e exilados que têm sido os dois grupos atendidos por outros processos de seleção.

373X212 26.06.2019 Acolhimento Solidário aos Refugiados Foto Lucas Brito sitePor outro lado, Janaína Galvão sugeriu também que os povos indígenas, como os venezuelanos da etnia Warao - que chegam no Pará após uma longa jornada migratória e têm extrema dificuldade de comunicação devido a não falarem o idioma local e muitas vezes nem o espanhol - sejam incluídos em atividades de extensão da Universidade, com o oferecimento de serviços de saúde, atendimento jurídico, acompanhamento psicológico, entre outros. Outra sugestão foi a de aceitar no PSE-Migre as pessoas que ainda aguardam para conseguir o refúgio brasileiro, visto que o processo para sua obtenção é bastante burocrático e pode se estender por quatro anos.

Ações de integração – Para a professora Jane Beltrão, que relata o edital PSE-Migre ao CONSEPE, é necessário que os coordenadores de cursos de graduação e pós-graduação se reunam em prol do acolhimento e recepção das pessoas que possam vir a entrar na UFPA por meio do PSE-Migre. “Eu, junto a Zélia e às outras pessoas da ADIS, estamos nos comprometendo a ir às unidades acadêmicas para discutir, com os professores e com os coordenadores de curso, a importância ação humanitária para a nossa região”.

373x212 26.06.2019 Acolhimento Solidário aos Refugiados Foto Lucas Brito site 5Algumas propostas de integração e acolhimento sugeridas pelos Coordenadores de cursos presentes foi a criação e divulgação de projetos de extensão que trabalhem para diminuir a dificuldade de adaptação do grupo, como o que já é realizado com estudantes quilombolas e indígenas, e a realização de acompanhamento pedagógico aos interessados enquanto cursam a graduação, para que as dificuldades sejam superadas.

Por fim, os futuros alunos estrangeiros também poderão contar com o auxílio da Associação dos Estudantes Estrangeiros (AEE) da UFPA, que esteve representada na plenária pelo estudante Enock Akodedjro, o qual lembrou que a AEE já vem fazendo um trabalho de acolhimento de alunos de outros países. “Ficamos muito felizes em saber da aprovação desse PSE. A Associação dos Estudantes Estrangeiros já tem esse papel de acolher os estudantes de fora, orientar, ajudar, apoiar aqui na universidade e tentar incluir eles com as demais comunidades universitárias”, pontuou. 

Para quem desejar coloborar ou tiver dúvidas sobre como irá funcionar o PSE-Migre, a ADIS está à disposição para acolher sugestões para o PSE-Migre, que podem ser enviadas para o e-mail adis@ufpa.br ou indo pessoalmente na sede da ADIS, na sala 5 do bloco C, no setor básico do campus de Belém da UFPA. Um calendário de visitas às faculdades e Institutos será elaborado para debater a realização do processo seletivo sob a coordenação da professora Zélia Amador.

Texto: Adams Mercês – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Lucas Brito

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